quinta-feira, 26 de abril de 2012

Água e Agricultura rumo a Rio+20

  Segue abaixo a reportagem do site: http://www.redeagro.org.br/artigo-rio-20/640-agua-e-agricultura-rumo-a-rio20 Apesar de alguns dados contraditórios, achei a ideia principal de suma relevância.


Água e Agricultura rumo a Rio+20         

Qui, 22 de Março de 2012 00:00 Última atualização em Qui, 22 de Março de 2012 19:37 Escrito por Laura Antoniazzi
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* Laura Antoniazzi

A água é um recurso vital para a produção agrícola e a Organização das Nações Unidas para Alimentos e Agricultura (Link no Glossário FAO) estima que 70% da água consumida no mundo é usada na agricultura. Apesar disso, é o setor energético que mais recebe atenção nas negociações internacionais sobre água.
Engenheiros de agências governamentais ou grandes empresas da construção civil sempre estiveram mais intimamente conectados com a gestão de água e, no Brasil, isso é especialmente verdade, seja pela grande importância das hidroelétricas na Link no Glossário matriz energética nacional, seja pela menor participação da agricultura no consumo de água.Porém, cada vez mais a agenda internacional da água está sendo analisada a luz dos Link no Glossário serviços ambientais que ela proporciona e do seu papel fundamental não só para a humanidade, mas para garantir a vida na Terra. Assim, água será um dos 15 temas chaves da Rio+20, reunião da ONU que discutirá economia verde para erradicação da pobreza e governança global para o desenvolvimento sustentável.As relações entre fome, produção de alimentos e água são bastante claras: sem água, em qualidade e quantidade adequada, não é possível produzir alimentos. Diversos estudos mostram que os países que mais sofrem com fome ou subnutrição são exatamente os países com stress hídrico crônico.Essa semana ocorreu o sexto Fórum Mundial da Água, em Marselha, França, evento realizado a cada três anos pelo Conselho Mundial da Água.  Apesar da agricultura não ser um tema central do encontro, o assunto está, a cada edição, ganhando mais destaque. Dentre as prioridades de ação elencadas, a agricultura se insere especialmente naquela direcionada a contribuir para a segurança alimentar por meio do uso racional da água, coordenada pela FAO. Foram estabelecidas nove metas gerais com indicadores detalhados para que possam ser postas em prática. Aumentar a Link no Glossário produtividade do uso da água (mais quilos de alimentos a cada hectare cultivado ou metro cúbico de água utilizado) e o desenvolvimento de planos para exploração de aquíferos chave são algumas das metas discutidas.O tópico do uso racional da água para irrigação ganha cada vez mais importância, dada a necessidade de aumento da produção agrícola para suprir os nove bilhões de habitantes no mundo em 2050. O uso de irrigação tem o potencial de dobrar a produtividade agrícola, diminuindo a pressão por novas áreas de produção. Além disso, a prática diminui o risco, característica da agricultura, e pode trazer desenvolvimento para regiões vulneráveis, como é o caso do Nordeste brasileiro.No entanto, apesar de ainda ser necessário avançar muito em relação à eficiência no uso da água para irrigação, é preciso ir além. Relatório recém lançado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente ( Link no Glossário PNUMA) clama por uma transição da análise tradicional de produtividade da água por unidade de produto agrícola para um conceito mais amplo que inclua os serviços ambientais da água. Na prática, o relatório pede para que se faça um justa distribuição da água entre os diferentes usos: além da água para fins de produção (irrigação, energia, industrias) é preciso conservar água nos rios para manutenção dos serviços ambientais (habitat para Link no Glossário biodiversidade, abastecimento de lençóis freáticos).Mesmo ainda não sendo um tema ambiental tão em evidencia como a mudança do clima, o setor agrícola deve se engajar no debate sobre a água e ocupar sua posição de principal beneficiário e responsável pela gestão sustentável dos Link no Glossário recursos hídricos. Desta forma, será possível construir, de maneira estratégica, uma agenda comum de ações junto com a sociedade civil e governos e, assim, harmonizar as relações recursos hídricos e agricultura.

* Pesquisadora da RedeAgro 

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